Calcule o custo de um funcionário para pequenas empresas

Entenda o cálculo completo do custo de um funcionário em 2024

Compreender o custo de um funcionário é essencial para empreendedores que desejam gerenciar suas empresas de forma eficaz e sustentável. Essa compreensão vai além do salário bruto; ela abrange, também, uma variedade de custos indiretos, como encargos sociais, benefícios e despesas trabalhistas.

Ao ter uma visão mais ampla dos custos associados a um funcionário, o empreendedor se capacita a planejar e controlar o orçamento de maneira mais eficiente. Ou seja, isso também permite ajustar os preços de produtos ou serviços de forma adequada, além de possibilitar uma avaliação mais precisa do desempenho e da contribuição de cada colaborador. Entender esses aspectos é fundamental para garantir tanto a rentabilidade quanto o crescimento sustentável do negócio.

Nosso intuito aqui é proporcionar uma compreensão clara e prática acerca da relevância de estimar e reservar os custos futuros relacionados a um colaborador. Para que entenda, que a administração eficaz dos recursos humanos é essencial para a saúde financeira de qualquer organização. Portanto, ao adquirir esse conhecimento, você estará mais apto a tomar decisões embasadas, evitando surpresas financeiras e garantindo a viabilidade do seu negócio. Neste material, você conhecerá estratégias que não apenas resguardarão sua empresa de potenciais riscos, mas também contribuirão para o seu sucesso a longo prazo.

Vamos ao exemplo prático:

Há um ponto em comum entre empregador e empregado logo após a contratação: ambos frequentemente se surpreendem com o total que é pago ou recebido, respectivamente.

Para ilustrar melhor essa situação, vamos considerar o seguinte exemplo:

Um barbeiro, ao expandir seu negócio, percebe a necessidade de contratar uma recepcionista para gerenciar sua agenda de cortes. Então, ele decide oferecer à nova funcionária um salário de R$2.000,00, valor que “sobra” mensalmente em sua conta destinado a essa despesa.

Após realizar as entrevistas e selecionar a candidata mais adequada, além disso, o barbeiro solicita ao contador que registre a funcionária já no primeiro dia do mês. Dessa forma, no quinto dia do mês seguinte, o contador envia a folha de pagamento da recepcionista, contendo os seguintes valores:

  • Salário bruto: R$2.000,00
  • Desconto de INSS: R$158,82
  • Salário líquido: R$1.841,18

Dessa forma, com esses dados em mãos, o barbeiro realiza o pagamento do salário líquido de R$1.841,18, deixando os R$158,82 referentes ao desconto do INSS ainda em sua conta. Além disso, junto à folha de pagamento, o contador também encaminha duas guias:

  • Guia de INSS no valor de R$158,82
  • Guia de FGTS no valor de R$160,00

Ao efetuar o pagamento da guia de INSS, que corresponde exatamente ao valor descontado do salário da funcionária, contudo o barbeiro percebe que não terá dinheiro suficiente para quitar a guia de FGTS. Surpreso e confuso, ele procura o contador para entender melhor esses valores. Dessa maneira, o contador explica que, além da guia de FGTS, existem outros custos futuros relacionados à nova funcionária, como o 13º salário, férias, adicional de 1/3 sobre as férias, e, em caso de demissão, a multa de 40% sobre o FGTS.

Resultado do exemplo:

O exemplo apresentado ilustra a importância de o empreendedor se preparar para os custos reais envolvidos na contratação de um funcionário. É fundamental considerar não apenas o salário base, mas também os custos adicionais associados. Esses custos incluem:

  1. Salário Base: O valor fixo pago ao empregado.
  2. Encargos Sociais: Contribuições obrigatórias, como INSS, FGTS e a multa de 40% sobre o FGTS.
  3. Benefícios: Despesas com plano de saúde, vale-alimentação e outros.
  4. Outros Custos: Investimentos em treinamento, equipamentos e administração.
  5. Provisões Mensais: Reservas para custos futuros.

Ou seja, somar esses componentes ao salário base é essencial para obter uma visão precisa do custo de um funcionário. Visto que um planejamento adequado desses valores ajuda a evitar surpresas financeiras, permitindo que o pequeno empreendedor se organize ao longo do ano e mantenha seu fluxo de caixa estável.

Cálculo de encargos sociais:

Cálculo de INSS:
  • Tabelas de Contribuição INSS (2024):
  1. Até R$ 1.412,00: 7,5%
  2. De R$ 1.412,01 até R$ 2.427,35: 9%
  3. De R$ 2.427,36 até R$ 3.641,03: 12%
  4. De R$ 3.641,04 até R$ 7.507,49: 14%

O cálculo é feito de forma progressiva, para que cada faixa seja tributada pela sua alíquota correspondente.

Exemplo para um salário de R$ 4.000,00:
  1. Até R$ 1.412,00 × 7,5% = R$ 105,90
  2. De R$ 1.412,01 até R$ 2.427,35 (R$ 1.015,34) × 9% = R$ 91,38
  3. De R$ 2.427,36 até R$ 3.641,03 (R$ 1.213,67) × 12% = R$ 145,64
  4. De R$ 3.641,04 até R$ 4.000,00 (R$ 358,96) × 14% = R$ 50,25

Total do INSS retido: R$ 393,17

Cálculo de FGTS:

O cálculo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é simples e corresponde a um percentual fixo de 8%sobre o salário bruto do funcionário. Esse valor é pago integralmente pelo empregador e não é descontado do salário do empregado. Ou seja, quando o pequeno empresário realiza o cálculo do custo de um funcionário, o FGTS tem que ser adicionado.

Fórmula do Cálculo:

FGTS= Salário Bruto×8%

Exemplo de Cálculo:

Se o salário bruto do funcionário for R$ 3.000,00

Então > FGTS = 3.000,00 * 8% = R$ 240,00

Ou seja, a empresa deverá depositar R$ 240,00 de FGTS em nome do funcionário, referente ao mês trabalhado.

Observações:
  • Para jovens aprendizes, a alíquota do FGTS é de 2%.
  • O FGTS é depositado em uma conta vinculada ao nome do trabalhador, e ele só pode sacar esse valor em situações específicas, como demissão sem justa causa, aposentadoria, compra de imóvel, entre outros.

Provisões de Funcionários:

As provisões de funcionários têm um papel fundamental no cálculo do custo real de cada colaborador, pois consistem em valores que as empresas devem contabilizar de forma contínua para cobrir despesas futuras relacionadas aos direitos trabalhistas. Esses valores incluem obrigações como férias, 13º salário, FGTS e eventuais rescisões, ou seja, garantindo que a empresa esteja preparada para honrar esses compromissos sem comprometer sua saúde financeira. Então, essas provisões asseguram que a empresa tenha os recursos necessários para cumprir com suas obrigações, como férias, 13º salário, FGTS, rescisões e outras despesas trabalhistas. Dessa forma, abaixo vamos detalhar as principais provisões trabalhistas e os métodos para calculá-las.

  1. Provisão de Férias

As férias são um direito garantido pela legislação brasileira, que assegura 30 dias de descanso remunerado após 12 meses de trabalho. Além disso, a empresa precisa provisionar, ao longo do ano, não apenas o valor correspondente às férias, mas também o adicional de 1/3, conforme previsto na Constituição.

Visto que ao entender e calcular corretamente essas provisões, as empresas conseguem se preparar melhor para essas despesas, garantindo que os compromissos com os funcionários sejam honrados sem comprometer o fluxo de caixa.

Cálculo:

  • Férias = Salário Bruto ÷ 12 meses
  • Adicional de 1/3 = Férias × 1/3

Exemplo: Para um salário de R$ 3.000,00, a provisão mensal de férias seria:

  • Férias = R$ 3.000 ÷ 12 = R$ 250,00
  • Adicional de 1/3 = R$ 250,00 ÷ 3 = R$ 83,33

Ou seja, total de provisão mensal de férias = R$ 250,00 + R$ 83,33 = R$ 333,33

2. Provisão de 13º Salário

O 13º salário, também conhecido como gratificação natalina, é um direito assegurado aos empregados e deve ser pago em duas parcelas: a primeira até o dia 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. Além disso, para garantir que essa obrigação seja cumprida sem comprometer o fluxo de caixa da empresa, é essencial que o valor correspondente seja provisionado mensalmente. Ou seja, a empresa deve reservar 1/12 do salário do empregado a cada mês, de forma a estar preparada para o pagamento integral ao final do ano.

Cálculo:

  • Provisão mensal = Salário Bruto ÷ 12

Exemplo: Para um funcionário com salário de R$ 3.000,00, a provisão mensal seria:

  • Provisão de 13º = R$ 3.000 ÷ 12 = R$ 250,00
3. Provisão de Multa Rescisória (Demissão sem justa causa)

Caso o empregado seja demitido sem justa causa, a empresa é obrigada a pagar uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS acumulado durante o contrato. Ou seja, para se preparar para essa despesa, as empresas costumam provisionar mensalmente 40% do valor do FGTS depositado.

Cálculo:

  • Multa Rescisória = (FGTS Acumulado × 40%)

Exemplo: Para um salário de R$ 3.000,00 com FGTS mensal de R$ 240,00, a provisão mensal da multa seria:

  • Multa = R$ 240,00 × 40% = R$ 96,00
Importância das Provisões

A importância das provisões é crucial para garantir que a empresa mantenha uma previsibilidade financeira sólida, assim, evitando surpresas ou dificuldades no cumprimento das obrigações trabalhistas. O provisionamento correto permite que a empresa se prepare adequadamente para despesas futuras, como o pagamento de 13º salário, férias e possíveis rescisões contratuais. Ou seja, sem esse planejamento, a empresa pode enfrentar desafios significativos ao longo do ano, especialmente durante períodos de maior exigência financeira.

Planilha de custos de funcionários

Pensando nisso, desenvolvemos uma planilha de custos de funcionários que oferece uma solução prática e eficiente. Dessa forma, essa ferramenta calcula de maneira precisa o custo real de um funcionário, permitindo que você visualize de forma clara os custos mensais, incluindo impostos, provisões e encargos trabalhistas.

Com o auxílio dessa planilha, você terá um controle mais rigoroso das despesas com funcionários. Além disso, poderá acessar relatórios detalhados que facilitam a gestão financeira da sua empresa, garantindo uma administração mais eficiente e estratégica dos seus recursos.

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